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Filme

quinta-feira 12 de abril de 2012, por Fernando Oliveira

Um filme de aventura e ficção sobre o sumiço dos instrumentos tradicionais e o fim do fandango caiçara.

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Baseados nas interessantes experiências geradas pela produção do filme Saberes Caiçaras decidimos propor a criação coletiva de um novo produto audiovisual.

No início, pensamos em seguir o caminho mais tradicional e seguro, ou seja, pensar num roteiro de documentário que contivesse depoimentos e entrevistas dos nossos mestres fandangueiros. Contudo, o passar do tempo e a veia criativa que aflorava em toda a equipe fez com que um outro caminho tomassemos, ou seja, decidimos criar um filme de ficção envolvendo estudantes da Rede Pública de Ensino e obviamente fandangueiros e gente que mora na cidade.

A primeira versão do roteiro foi proposta trouxe mais dúvidas do que soluções, pois se tratava de uma história em que estudantes do Ensino Fundamental (06 a 14 anos) receberiam a missão de pesquisar sobre o fandango caiçara em nosso município: como filmaríamos tudo isso? Conseguiríamos gente disposta a bancar atores e atrizes?

A resposta somente poderia ser data se fossemos a procura de talentos perdidos pela cidade. Assim, primeira etapa iniciou-se com uma ida a escola para propor o trabalho com alunos. Aceita a proposta pela direção iniciamos um trabalho de "seleção" dos atores e atrizes mirins. Precisavamos encontrar alguém com os seguintes perfis: um garoto muito extrovertido, bastante brincalhão, desajeitado e comilão, um pouco chato as vezes, é o famoso "do contra"; uma menina caiçara tímida, de família tradicional, bem pé no chão, cativa de cara as pessoas e conhece bem os lugares/bairros da cidade; um menino bem introspectivo, inteligente, gosta de tudo certinho e de registrar por escrito tudo que acontece; e uma garota "cibernética", gosta de computador, tem orkut, facebook, imeio... tira muitas fotos e registra tudo no celular, veio da capital de São Paulo e não sabe muita coisa sobre a cultura local.

Elenco definido começaram os ensaios e aulas de interpretração. Um período longo e cansativo, mas que possibilitou que a criançada se soltasse e começasse a decorar suas falas.

Paralelamente a isso, iniciamos uma conversa com os fandangueiros para saber quais deles gostariam de participar do filme e também a escolha das locações, ou seja, dos locais aonde seriam feitas as filmagens.

Tudo pronto.. chgeou a hora de filmar!!! Nossa equipe pôs os pés na estrada com a gurizada: Marujá, Ariri e São Paulo Bagre no caminho...

O processo de ediçao ocorreu simultaneamente a todo o período de filmagens. Utilizamos o software Cinelera que é um sistema de edição não-linear livre para o sistema operacional GNU/Linux distribuído sobre a GNU General Public License.

O resultado disso tudo foi um filme de produção caseira em que atores e atrizes mirins se esforçaram ao máximo para contracenar com fandangueiros também aprendizes da arte cinematográfica.

Sem dúvida, um filme leve e divertido que valoriza o processo de criação colaborativa sem o medo comum aos que risco não querem correr na vida.

Parabéns a todos que participaram do filme!!! Sabemos que não é fácil representar em frente as câmeras...

Para assistir e/ou baixar é só clicar na figura abaixo:

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Sinopse

Téo, Janjão, Rosinha e Armando correm para realizar uma pesquisa escolar sobre o fandango caiçara. Entre idas e vindas, encontram grande resistência dos antigos fandangueiros que não querem mais falar sobre essa tradição. Afirmam eles que o fandango não existe mais e que sumiram todos os instrumentos!!!

Esse estranho acontecimento é o pano de fundo para a aventura vivida por essas crianças nas terras e águas de Cananéia, uma pequena cidade localizada no litoral sul do Estado de São Paulo. Vivenciado as belezas naturais, culturais e históricas dessa cidade, as crianças decidem encontrar os instrumentos perdidos e aos poucos descobrem diferentes lendas, histórias e causos relacionados ao fandango caiçara.

Eis ai segredo para o reaparecimento dos instrumentos, ou seja, a contação de causos que estão guardados na memória dos antigos e que precisam ser repassados de geração em geração para manter vivo saber-fazer caiçara por muitos e muitos anos.

A cada nova aventura, um novo causo...

Direção: Cleber Rocha Chiquinho

Produção:

- Fernando Oliveira Silva
- Natália Latansio de Oliveira
- Ricardo dos Santos Duran

Fotografia:

- Ivan Carlos Neves
- Luiz Cláudio Mayerhofer
- Rafael Xavier

Figurino e arte:

- Luana Tais Vitório
- Luma Tais Vitório

Montagem e edição:

- Cleber Rocha Chiquinho

Elenco:

- Clóvis Ribeiro Xavier Neto
- Geovana Mandira Cardoso
- Kauê Mateus Xavier
- Sabrina Cardoso da Silva

Fandangueiros:

- Agostinho Gomes
- André Pires
- Dácio Venâncio Colaço
- Elvaristo Paiva da Silva
- Isaltino de Campos (Seu Quico)
- Izidoro Leodoro das Neves
- Jânio Carlos de Souza
- José Pereira (Zé Pereira)
- Laerte Veríssimo Barbosa
- Paulo Pereira
- Pedro Costa
- Salvador Alberto das Neves (Baduca)
- Valdemir Camargo (Vlad)

Participações e figurantes:

- Amir Oliveira
- Ana Paula das Neves Cubas
- Beatriz Aparecida C. da Silva
- Djanira Bini
- Fernanda Martins
- Inês Ferreira Guedes
- Kelly Cristina Guimarães
- Leandro Alves Scharman
- Lívia Oliveira Vitório Rodrigues
- Maria Eduarda B. Cardoso
- Natália Bressan
- Rafael Xavier
- Roberta Benedita Camilo
- Rodolfo Vidal
- Rosemeire Orbeli
- Stefany Peniche

Trilha sonora:

- Receita pra pegá saci (Composição de Jean Garfunkel e Paulo Garfunkel / Interpretada por Kátya Teixeira)
- Corre batuíra (Pé de Mulambo)
- Viola e rabeca (Museu Vivo do Fandango)
- Sunumberimbá (Kamberimbá) (Cataia)
- Requengá (Composta de Mochel / Interpretada por Kátya Teixeira)
- Duelo de Rabecas (Museu Vivo do Fandango)
- Negócio bom é de dois (Pé de Mulambo)
- Rema rema canoinha (Batucajé do Vale)
- Buliu, Buliu (Pé de Mulambo)
- Ilha do Cardoso (Packaw)
- Morena meu benzinho - Família Neves
- Vida Aventureira (Composição de Luis Perequê / Interpretada por Kátya Teixeira

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