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quinta-feira 12 de abril de 2012, por
Um filme de aventura e ficção sobre o sumiço dos instrumentos tradicionais e o fim do fandango caiçara.
Baseados nas interessantes experiências geradas pela produção do filme Saberes Caiçaras decidimos propor a criação coletiva de um novo produto audiovisual.
No início, pensamos em seguir o caminho mais tradicional e seguro, ou seja, pensar num roteiro de documentário que contivesse depoimentos e entrevistas dos nossos mestres fandangueiros. Contudo, o passar do tempo e a veia criativa que aflorava em toda a equipe fez com que um outro caminho tomassemos, ou seja, decidimos criar um filme de ficção envolvendo estudantes da Rede Pública de Ensino e obviamente fandangueiros e gente que mora na cidade.
A primeira versão do roteiro foi proposta trouxe mais dúvidas do que soluções, pois se tratava de uma história em que estudantes do Ensino Fundamental (06 a 14 anos) receberiam a missão de pesquisar sobre o fandango caiçara em nosso município: como filmaríamos tudo isso? Conseguiríamos gente disposta a bancar atores e atrizes?
A resposta somente poderia ser data se fossemos a procura de talentos perdidos pela cidade. Assim, primeira etapa iniciou-se com uma ida a escola para propor o trabalho com alunos. Aceita a proposta pela direção iniciamos um trabalho de "seleção" dos atores e atrizes mirins. Precisavamos encontrar alguém com os seguintes perfis: um garoto muito extrovertido, bastante brincalhão, desajeitado e comilão, um pouco chato as vezes, é o famoso "do contra"; uma menina caiçara tímida, de família tradicional, bem pé no chão, cativa de cara as pessoas e conhece bem os lugares/bairros da cidade; um menino bem introspectivo, inteligente, gosta de tudo certinho e de registrar por escrito tudo que acontece; e uma garota "cibernética", gosta de computador, tem orkut, facebook, imeio... tira muitas fotos e registra tudo no celular, veio da capital de São Paulo e não sabe muita coisa sobre a cultura local.
Elenco definido começaram os ensaios e aulas de interpretração. Um período longo e cansativo, mas que possibilitou que a criançada se soltasse e começasse a decorar suas falas.
Paralelamente a isso, iniciamos uma conversa com os fandangueiros para saber quais deles gostariam de participar do filme e também a escolha das locações, ou seja, dos locais aonde seriam feitas as filmagens.
Tudo pronto.. chgeou a hora de filmar!!! Nossa equipe pôs os pés na estrada com a gurizada: Marujá, Ariri e São Paulo Bagre no caminho...
O processo de ediçao ocorreu simultaneamente a todo o período de filmagens. Utilizamos o software Cinelera que é um sistema de edição não-linear livre para o sistema operacional GNU/Linux distribuído sobre a GNU General Public License.
O resultado disso tudo foi um filme de produção caseira em que atores e atrizes mirins se esforçaram ao máximo para contracenar com fandangueiros também aprendizes da arte cinematográfica.
Sem dúvida, um filme leve e divertido que valoriza o processo de criação colaborativa sem o medo comum aos que risco não querem correr na vida.
Parabéns a todos que participaram do filme!!! Sabemos que não é fácil representar em frente as câmeras...
Para assistir e/ou baixar é só clicar na figura abaixo:
Sinopse
Téo, Janjão, Rosinha e Armando correm para realizar uma pesquisa escolar sobre o fandango caiçara. Entre idas e vindas, encontram grande resistência dos antigos fandangueiros que não querem mais falar sobre essa tradição. Afirmam eles que o fandango não existe mais e que sumiram todos os instrumentos!!!
Esse estranho acontecimento é o pano de fundo para a aventura vivida por essas crianças nas terras e águas de Cananéia, uma pequena cidade localizada no litoral sul do Estado de São Paulo. Vivenciado as belezas naturais, culturais e históricas dessa cidade, as crianças decidem encontrar os instrumentos perdidos e aos poucos descobrem diferentes lendas, histórias e causos relacionados ao fandango caiçara.
Eis ai segredo para o reaparecimento dos instrumentos, ou seja, a contação de causos que estão guardados na memória dos antigos e que precisam ser repassados de geração em geração para manter vivo saber-fazer caiçara por muitos e muitos anos.
A cada nova aventura, um novo causo...
Direção: Cleber Rocha Chiquinho
Produção:
Fernando Oliveira Silva
Natália Latansio de Oliveira
Ricardo dos Santos Duran
Fotografia:
Ivan Carlos Neves
Luiz Cláudio Mayerhofer
Rafael Xavier
Figurino e arte:
Luana Tais Vitório
Luma Tais Vitório
Montagem e edição:
Cleber Rocha Chiquinho
Elenco:
Clóvis Ribeiro Xavier Neto
Geovana Mandira Cardoso
Kauê Mateus Xavier
Sabrina Cardoso da Silva
Fandangueiros:
Agostinho Gomes
André Pires
Dácio Venâncio Colaço
Elvaristo Paiva da Silva
Isaltino de Campos (Seu Quico)
Izidoro Leodoro das Neves
Jânio Carlos de Souza
José Pereira (Zé Pereira)
Laerte Veríssimo Barbosa
Paulo Pereira
Pedro Costa
Salvador Alberto das Neves (Baduca)
Valdemir Camargo (Vlad)
Participações e figurantes:
Amir Oliveira
Ana Paula das Neves Cubas
Beatriz Aparecida C. da Silva
Djanira Bini
Fernanda Martins
Inês Ferreira Guedes
Kelly Cristina Guimarães
Leandro Alves Scharman
Lívia Oliveira Vitório Rodrigues
Maria Eduarda B. Cardoso
Natália Bressan
Rafael Xavier
Roberta Benedita Camilo
Rodolfo Vidal
Rosemeire Orbeli
Stefany Peniche
Trilha sonora:
Receita pra pegá saci (Composição de Jean Garfunkel e Paulo Garfunkel / Interpretada por Kátya Teixeira)
Corre batuíra (Pé de Mulambo)
Viola e rabeca (Museu Vivo do Fandango)
Sunumberimbá (Kamberimbá) (Cataia)
Requengá (Composta de Mochel / Interpretada por Kátya Teixeira)
Duelo de Rabecas (Museu Vivo do Fandango)
Negócio bom é de dois (Pé de Mulambo)
Rema rema canoinha (Batucajé do Vale)
Buliu, Buliu (Pé de Mulambo)
Ilha do Cardoso (Packaw)
Morena meu benzinho - Família Neves
Vida Aventureira (Composição de Luis Perequê / Interpretada por Kátya Teixeira