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domingo 20 de maio de 2012, por
Agostinho Gomes é rabequeiro e construtor de instrumentos. Nasceu em 1929, em Rio Vermelho, localiade do distrito do Ariri, em Cananeia. É filho de Dária Alves Gomes e José Silvino Gomes. Seu pai era violeiro e, apesard e não fazer instrumentos, sabia trabalhar com madeira, construindo canoas, remos e gamelas. Alguns de seus irmãos sabiam tocar rabeca e viola.
Agostinho começou a aprender a talhar a madeira com o pai e depois seguiu sozinho. O primeiro instrumento que aprendeu a fazer foi o machete, com cerca de dez anos de idade. Aos quinze anos, pediu uma rabeca para o pai e começou a fazer e tocar a rabeca.
Este mesmo instrumento, com o qual aprendeu a tocar, serviu-lhe de fôrma para fazer sua primeira rabeca.
Além de Paulo Rodrigues e Elísio Rodrigues, cosntrutores de instrumento da Ilha do Cardoso, Agostinho lembra outros bons construtores da época em que era menino, como Adauto Pereira, pai de Franklin Pereira, Juvenal Caxeta e Silvinho, de cujo sobrenome ele não se recorda.
Agostinho começou a frequentar fandango também aos quinze anos. O primeiro baile que esteve foi varadouro, na Baixada do Morro do Gato, onde tocavam os violeiros Erundino Costa, do Paraná, e João Gonçalves do próprio Varadouro.
Logo em seguida, aprendeu o batido, com tamanco no pé, dançando devagarzinho, no meio de quem sabia.
Agostinho também aprendeu a tocar reiada e romaria de bandeira. Chegou a sair uma vez como rabequeiro de uma das bandeiras de Cananeia.
No Rio Vermelho Agostinho vivia da roça. Plantava arroz, feijão, mandioca e milho. Quando precisava de outras coisas buscava no centro do Ariri.
Agostinho casou-se em Ararapira, na Ilha do Supperagui, com Ilza Alves Gomes, a Zizinha. Com ela, teve um filho, Jolimar, que apesar de gostar de fandango, não aprendeu a tocar nenhum instrumento. No Rio Vermelho, morou até completar quarenta anos de idade.
Mudou-se para o bairro do Carijó, próximo ao Centro de Cananeia, e começou a trabalhar em firmas de construção como carpinteiro. Mais tarde aposentou-se passou a complementar a renda com artesanato. Agostinho deu aulas de artesanato caiçara para estudantes do município e foi a São Paulo ministrar uma oficina no SESC sobre construção de rabeca.
Fonte: Museu Vivo do Fandango